O engano da borboleta
Um buquê de lírios
desabrochava atrás
de uma cerca.
Quando a luz batia
na brancura daqueles
lírios era como se
ficassem brilhantes,
rendidos nos
braços do astro-rei.
Aquele cenário
atraiu a borboleta que,
afoita, foi de encontro
à imagem que via.
Lêdo engano...
Suas asas bateram
contra uma supérficie
dura, fria.
O que havia na
parede nada mais era
que um quadro retratando
o buquê de lírios.
A borboleta,
abruptamente foi ao
chão, com as asas
partidas.
O colecionador
pegou o frágil corpo,
enfiou nele o
alfinete e em cima
da mesa uma moldura
esperava por essa
ilustração.
Mais um quadro
adornava a sala e
nele estava o
engano da borboleta.
Rita Venâncio.