A PELE DO MUNDO

Em seu tecido epitelial
dorme crateras
que atinge a atmosfera.

A pele do mundo
está cortada, corroída, lesionada.
Bem fundo, onde a derme dorme cansada.

Há toxidade nas águas
e as chuvas são ácidas.
Há aridez no solo
e os ventos são cálidos.
Há estreitos leitos de rios
e os peixes sem habitat.
Há desmatamento em massa.
Pirraça do capitalismo selvagem.
E as matas perdendo folhas-pulmão.

A epiderme do mundo cheira mal.
Tecido epitelial estragado, literal!
Há infecção, poluição,
causada por vírus
que adoece o coração.
Há que se fazer uma limpeza.
Faxina na pele do mundo.
Descascar as feridas e vislumbrar
o viço, a vida... desse imenso tecido
que reveste nossa morada.

Basta um toque.
Um afago consciencioso
para acionar o extrato germinativo
que mora na epiderme.
E a pele do mundo respirar feliz.
Ainda que
Cic(a)triz...



*Poema contemplado com medalha de bronze(3º lugar) no II CONCURSO LITERATURA DA NATUREZA - abril/2012
Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 27/06/2012
Reeditado em 18/11/2012
Código do texto: T3748610
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