O ensurdecedor ruído da Moto-serra, na Serra,
/serra sem cessar..sem parar...sem parar..!

enquanto o silencioso som do Serrote,na Serra,
/serra o tempo, e encerra o silêncio de morte das
/florestas do norte...

e lança sorte do nosso Planeta em sua última aventura
/numa morte sem ternura dos povos das florestas...

e o vento que vem do norte, dos altos-montes,
/jáz por terra milhares de árvores agonizantes
/que se perderam nos horizontes dos homens
nestes instantes..

que se julgam senhores de si e desse planeta
/agonizante..

que não ouvem o grito de dor lascinante,
/e o silêncio de morte das florestas do Norte,
que nos protege, que nos alimenta,
que nos abriga, que nos aquece,
que nos acompanha do nascimento até à morte...

mas, enquanto isso, nos altos-montes,das florestas do norte,
devastamos os horizontes, sob o silêncio de dor,
/do último filhote de coiote...

enquanto o vento norte,que anuncia a nossa morte,
/em forma de açoite do vento que nos rasga feito
/um chicote fulminante, que corta a nossa carne
/e nossos espíritos desarmados...

sob o ruído ensurdecedor da Moto-serra, na Serra,
/e nos descampados de nós mesmos,
/e nas florestas sem fronteiras desse planeta
/agonizante..

e sem parar, açoitamos sem parar com o chicote que
/rasga e dilacera o cerne de nossas matas derradeiras..

e perdemos todos os dias uma batalha mortal
/e cavamos juntos aos vermes e os canalhas
/a nossa definitiva mortalha final...

ao pé da Serra, nos altos montes, sob o silencioso
/som de um Serrote cruel,o ganido de morte, de um
/solitário e agonizante filhote de coiote...

(20/06/2012 - Rio +20)



Marco de Nilo
Enviado por Marco de Nilo em 22/06/2012
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