VIDA NATURALMENTE ARTIFICIAL
Bebemos
líquidos transformados,
substâncias transfiguradas...
comemos maçãs estranhas,
bananas amerelecidas
pela vontade humana...
Quem pôs puz no campo...
quem infertilizou
os laranjais?
quem pôs fogo nos mares...?
mares, meus amores...
rios incertos e mortos...
podres pomares para que?
Para sufocar a existência
com vapores...
olores deletérios
evolados nos quatro cantos,
partículas pesadas
que até furam
minha alma
desblindada...!
para que tudo isso...?
para que latas conservem
gérmens e tristezas
para nosso banquete
de miséria, nosso
dia a dia macabro...?
Nessa realidade artificial,
hoje somos
produto do meio,
somos flores concretamente
poluidas...
jardins e campos minados,
frutos temperados
a veneno...!