Poesia
O canto da sereia
 
Meu pai levantava cedinho
Me acordava de mansinho
Eu levantava saltitante
Porque com ele iria pra  labuta
Lá pros lados do mar.
 
Mais distante
ficava a nossa casinha
Onde morava
Só meu pai e eu.
Humilde casinha
Coberta de telhinha.
 
Com uma canção nos lábios
Aproximávamos da beira mar
E no barco grande
Nós dois no mar
Meu pai e eu
Começávamos a remar.
 
Bem pra lá das altas ondas
quando já batia o remanso
Ouvia  um canto de melodia
Meu pai também ouvia
Era um canto de sereia
Que com cabelos cor de areia
Aparecia ao longo do barco
E seu corpo de sereia
Via em mim uma companheira.
 
Seu canto  parecia
Uma triste melodia
Do amor deixado
Do outro lado do mar.
 
Quando deitada já estava
Não esquecia a magia
Daquele canto entoado
Por uma sereia distante
Que se escondia  nas águas
Do profundo oceano.
 
Ficava  horas acordada
Na minha caminha pensando
Meu pai já dormia
E eu sonhava
Em viver outro dia
Pra ouvir de novo
A triste melodia.
 
Autora: M. Rafael
 







margarethrafael
Enviado por margarethrafael em 15/05/2012
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