ODE DE AMOR À TERRA
áspera,arenosa, escorregadia
berço de natureza
verde,cinza
sempre viva!
Doadora de vida,
provedora vital,
receptora de seivas.
Armazenadora
de substâncias,
e sempre aqui ou
acolá mineral,
lá ou cá húmus
charco...
Minha essência misturada
à tua,
minha essência derramada
tingida e curtida
na tua fabrica natural.
Minha substância
construída em tua
sementeira.
Calorosa, gelada, fumegante
fofa, dura ou intrincada,
o que vejo e sinto
vem a mim por ti...
Bela, sensual, amiga.
lasciva, fecunda ou estéril,
miríade de formas
no teu caudal
generoso.
Suavidade e ternura
em teu substrato,
teu trato, tua essência.
Absorvendo todas
as belezas do mundo,
reconhecendo as
esplêndidas diversidades,
querer eleger e consagrar
um ponto
Desfrutar um pedaço
para sentir-se farto,
enebriar-se de tanta
fartura.
Adorar e enaltecer
perante todos,
toda Urbi et Orbe.
perante a tudo.
Sem querer latifúndio
mas, com infíma gleba,
amar, e amar,
seu pedaço
de terra...