CABOCLINHO
CABOCLINHO
Canta caboclinho,
O teu canto fino,
Preso na gaiola do destino,
Foste arrebatado do teu habitat,
E hoje vivi a cantar,
O canto triste da solidão,
Longe da família,
Do ar puro da floresta,
Sem poder fazer tua festa,
Sem beber água pura da fonte,
Sem fazer as belas serenatas,
Junto ao teu grande amor,
Mas ainda cantas,
Mais eu sei que é o canto da tua dor,
Porque o poeta não canta somente o amor,
Canta também a sua dor.
Foste privado da liberdade,
Do direito de voar,
Condenado a prisão,
Na linda gaiola dourada,
Desta vida desgraçada.