O sol explode em raios

sobre a terra crestada

aberta em sulcos....

Seus gritos viram ecos,

entre vales e montanhas

na febre de arrancar

suas entranhas...

Geme em agonia estéril,

já não entra mais no cio,

não recebe semente pois

aborta com o estio....

Encolhida em seu leito

de rio seco,

está envolta em areia,

pedra e vento

sendo tragada sem eira

nem beira pela morte

que espreita derradeira....

Morre de sede envelhecida

esperando que o céu

chore compadecido nesse

sertão vira mundo....

Ao seu redor só carcaça

que um dia foi vida,

levaram tudo que tinha,

o choro do céu,a água dos rios,

ficando a dura e fria morte

sem natureza parida.....