Desértica Saudade
A saudade conspira contra as epopeias do destino
Tentando transviar a dor do seu leito indigesto,
Sufocam-se anátemas vazios que tanto detesto
Para erradicar-se sistemas que provocam desatino.
Nos peremptórios terrenos há cinzas de vulcões desativados
Onde lamaçais e pântanos desnutrem a terra virgem,
Folhas secas que caem dos mais variados matizes tingem
A paisagem do solo infértil de um húmus desconcentrado.
Na vasta planície fecundam-se sonhos de outrora
E em profundos planaltos a esperança vai embora
Deixando-se inóspitas as várzeas solitárias que choram...
Há pecados que a natureza enferma reprime
E uma combustão de ácidos que a poluição imprime
Na desértica impressão que uma casuística saudade desfolha!