CHUVA

Chuva que se esvai do céu

Regando a vida na terra,

Descortina um novo véu,

Á noiva, que ansiosa espera.

Fecunda aos raios de sol,

Das mais ínfimas,

Às colossais criaturas.

Essencial aos seres andantes,

Fortalece os de sepultura.

Água que enche riachos,

Lagos, rios e mares,

Transparente nos regatos;

Sobrevivência nos açudes.

Enxurrada que desce a ladeira,

De menino, brincadeira inocente.

Saudades, sem estar ciente...

De um colo, morada primeira.

Chuva que dá a vida,

Chuva que vidas tira

Em intempestuosa corrida,

Arrastando o que nela se atira.

Acalento em solitárias noites

De amantes separados,

Às vezes é como açoite,

Àquele, o desenganado.

Chuva, lágrimas sagradas,

Que a terra vem banhar,

Lágrimas desesperadas,

Da natureza a protestar.

Chuva torrencial,

Chuva fina ou garoa,

Seja qual for o potencial;

Chuva é sempre coisa boa.

Riedaj Azuos -Nova União – 16/03/04.