Caniço
O desnível acompanha o arame
Marcando a extensão do riacho,
Dois fios em cima, dois em baixo
Junto ao estrume e o velame
O Paul estagnado no meio
Acolhe os detritos escoltados,
Pela enchente são levados
Pra garganta do baixio alheio
Se feito da madeira branca
Filtra a sujeira do sertão,
Serve de passagem ou divisão,
Mas a força dágua lhe arranca.
Do lamaçal que o leito avança
Sobrar-lhe a espessura, és postiço,
Se o tal fracassar, não é caniço
És a réstia do entulho que balança!
28 de março de 2012