Caniço

O desnível acompanha o arame

Marcando a extensão do riacho,

Dois fios em cima, dois em baixo

Junto ao estrume e o velame

O Paul estagnado no meio

Acolhe os detritos escoltados,

Pela enchente são levados

Pra garganta do baixio alheio

Se feito da madeira branca

Filtra a sujeira do sertão,

Serve de passagem ou divisão,

Mas a força dágua lhe arranca.

Do lamaçal que o leito avança

Sobrar-lhe a espessura, és postiço,

Se o tal fracassar, não é caniço

És a réstia do entulho que balança!

28 de março de 2012

Jairo Araújo Alves
Enviado por Jairo Araújo Alves em 28/03/2012
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