VENTO MINUANO
Minuano chegou assobiando
Varrendo tudo lá por fora
Está as noites congelando
É sinal que é chegada a hora...
De vestir o pala quentinho
De contar causos em volta do fogão
Do calor ficar aconchegadinho
Sorvendo o amargo chimarrão.
No galpão se reúne a peonada
Cantando para espantar o frio
E a sanfona toda floreada
Chora ao ronco do bugio.
Logo os campos estarão
Brancos recobertos de geada
Parecendo uma manta de algodão
Fininha e muito gelada.
O pelêgo que serve de colchão
O gaúcho carrega sempre consigo
No lombo do pingo guardião
Escudeiro e melhor amigo.
Sair pelas manhãs quebrando o gelo
Essa é a vida do gaúcho
Em seu pingo companheiro que tem zelo
Que com ele aguenta o repucho.
Do frio eu não gosto não
Adoro a alegria do verão
Meu torrão trago no coração
Tenho orgulho da minha tradição
De ser gaúcha eu não abro mão!