O PROIBIDO JARDIM DAS TULIPAS
O proibido jardim das tulipas
Depois de tanto caminhar...
Sob o escaldante sol
Só, depois de tanto insistir...
Vieram os frutos e se colhe o que se pranta!
Desabrocharam a tulipas em mim. [Dentro de mim]
Com todo o meu suor as reguei
Aos prantos chovi para não murchar
O meu proibido jardim!
Depois de tanto negar...
Sob a frígida lua que distante no céu
Que com seu brilho argentava o mar
Vieram as sementes e se colhe o que se pranta!
Germinaram tulipas, oh! meu proibido jardim!
Oculto perfume das cores da vida e no céu
Esvoaçaram borboletras lépidas e dópteras
Aos poucos colheram o néctar do que há em mim.
Depois de tanto questionar...
Sob o equinócio e o solstício e mesmo assim
Depois de tanto procurar...
E me esconder no bulbo, o que há de oculto?
As mais belas flores? [proibido jardim]
O mais doce perfume?
O que se floresce são sonhos!
Dentro de mim!
As tulipas, flores ariscas
De um jardim proibido
Numa vida podada
Para se descobrir!
Depois de tanto me espetar nos espinhos seus
Desabrochei e me vivi!
Saboreei do meu néctar
A minha tulipa encontrou seu jardim?
Nos jardins proibidos das memórias
Onde vivem as borboletras
Pousam as dúvidas para beber do néctar da vida:
Afinal, se escolhe o que se planta?
Diego Araújo, 2012 de algum Fevereiro. Num jardim selvagem.