SOMBREIRO
Na pacatez do mar descansa
Impávido sobre o arrebentar das ondas
Enroladas aos meus sonhos como anacondas
à procura de uma escapatória falsa
Eu, todos os dias contemplo
O pôr-do-sol a esconder-se tristonho
Depois de aquecer o quimérico golfinho
que me levava repentino ao templo
De mim se escapam raios alegóricos
que abraçam insuspeitos o sombreiro
enraizado na costa do omnipotente obreiro
onde ondas tilintam azuis fantasmagóricos
Sombreiro deleita-se na formosura
do mar calmo que uma brisa galanteia
O sol divino desaparece como vem a teia
e o luar ilumina inesperado a morena em loucura
Benguela, 22/02/2012