Como o vento
O vento é livre,
Mais livre que um pássaro.
Mas é uma liberdade solitária,
Ao mesmo tempo em que está em todos os lugares,
Não está em nenhum.
O vento não possui ninguém,
Assim como ninguém o possui.
Se ele parar para esperar por alguém,
Ele deixará de existir – eis sua tragédia.
Sua canção é solitária,
Como a de uma criança,
De um forte,
De uma musa.
Parecido com todos
E igual a ninguém.
Mas para além de sua solidão,
Há sua solidariedade.
O alivio que ele causa,
Assim como a arte.
Pelos campos,
Com um toque balança as flores,
Mas continua a soprar para seu destino.
Com o tempo elas se estabilizam,
Mas o vento,
O vento...
Continuará a carregar o perfume delas por toda a eternidade.
Ser como o vento...
Isto não me deixa triste,
Pois aqueles que eu carrego no meu coração
Não permitem que eu me sinta triste.
Sê como o vento que viaja ao infinito,
E se deixar de soprar, perderá sua natureza.