Energia Cigana
Certa noite adoeci e me pus de cama...
Período em que o tempo se fechou na tempestade
E vi ruir sonhos idealizados na flor da mocidade
Em que uma natureza inóspita ocultava onde o sol se escondia
Num céu cinzento que carregava a morte na homicida energia
Que devastava os campos e tudo deixava sem vida...
Aguaceiro hediondo provocou pane à eletricidade
E o espaço deserto trouxe o medo que acentua
Uma exaustão de desejos encapuzados pela vitrine da lua
Cujo brilho ofuscou teores na âncora da sensibilidade.
Vendaval macabro atiçou o voo sinistro da mortalha
E minha enfermidade dormitou na funesta madrugada
Envolta a macambúzias miragens da sinuosa estrada
Que mantinha meu corpo intrépido abandonado sobre a cama
Curtindo as atrocidades tétricas da noite cigana!