VITÓRIA - RÉGIA

Naiá, uma linda guerreira,

Índia tupi-guarani,

Sonhava a vida inteira,

Ir ao encontro de Jaci.

E a deusa lua (Jaci),

Quando, à noite, surgia,

Enchia as tabas de luz,

E as índias de alegria.

Beijava sempre as índias,

As mais belas da aldeia,

E sua luz se refletia,

Nos lagos e na areia.

Oculta atrás das montanhas,

As índias que iam vê-la,

Eram ali transformadas,

Uma por uma, em estrela.

Ficavam todas tão lindas,

Brilhando no firmamento,

Que elas todas queriam

Viver aquele momento.

Naiá, a virgem guerreira,

Vivia sempre a sonhar,

Com o dia em que Jaci,

Viesse lhe encontrar.

E esse encontro, então

Mal podia esperar!

Queria virar estrela,

E a tribo iluminar.

À noite, a bela guerreira,

Cavalgava sem parar,

Subia até as montanhas,

Por Jaci a procurar.

E a lua não encontrava...

E a dor tomava-lhe o peito.

Não comia e nem bebia,

Nem pajé lhe dava jeito.

Um dia, à margem do lago,

Parou e foi descansar...

Então notou que na água,

A lua estava a brilhar!

Uma emoção tão forte

O encontro lhe causou,

Naiá se atirou ao lago,

E, no fundo, se afogou!

A lua, compadecida,

Com o coração dolente,

Transformou a bela índia,

Numa estrela diferente.

No céu estão as estrelas,

A brilhar, no firmamento,

Mas Naiá brilha nas águas,

É puro encantamento!

Uma planta muito bela,

De linda flor, com perfume

Faz com que outras estrelas,

Morram de tanto ciúme.

Vitória-régia, a planta

Com as flores perfumadas,

À noite, abrem, são brancas,

Pela manhã são rosadas.

Maria do Socorro Domingos dos Santos Silva

João Pessoa, 04-02-2012

Mariamaria JPessoa Pb
Enviado por Mariamaria JPessoa Pb em 04/02/2012
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