A Bela Rosa
E aquela flor ao longe
Cintilava tão intensamente
Que imensa paz
Trouxe ao mundo tão clemente
A Bela Rosa
Cercada das mais diversas cores
Em uma colina distante
Repleta das mais belas flores
Vivia uma rosa extravagante
Dotada de uma extrema beleza
Sendo seu interior mais lindo enfim
Eis que ouvia toda a destreza
Da inveja das flores do jardim
Azaléias metidas
Viviam a caçoar
Criticavam, fingidas
Elas- diziam- deveriam ser de invejar
E vinham logo as tulipas
Com seus ornamentos azuis
A chatear com suas ripas
Dizendo ao jardim fazer jus
E as pequenas violetas
Tingiam-se de nobres amigas
E por trás mostravam-se as facetas
somente a buscar intriga
Até as simpáticas margaridas
Com suas pétalas na alva cor
Do cravar de feridas
Não viam a hora de sentir o sabor
Nem nas flores do campo
Podia-se confiar
Estas, ao retirar o manto,
Viviam a caluniar
Um dia, um jovem andante
Ansioso por a mada presentear
Pegou a flor radiante
Tirou-a de seu lugar
Riram-se as outras flores
Somente a debochar
Imaginavam horrores
Do rumo que a Rosa iria tomar
Mas a nobre Rosa
Não deixou-se afetar
Pois conheceria- do amor- a prosa
Até sua última pétala secar
...E assim viveu a Rosa,
Radiante até o âmago do orvalho
Cair sobre a última de suas pétalas...