AS ÁGUAS DE JANEIRO

Cai a chuva atordoada

Ventos e relâmpagos cortam o céu

Explodem as trovoadas

O homem acende a luz

Medroso, esconde-se

Faz o sinal da cruz

As plantas encharcadas

Dançam loucamente

Num frêmito de excitação

Os bichos se enfurnam na mata

Galhos voam, árvores se dobram

A água a todos maltrata

Sem demonstrar menosprezo

O rio cheio, carrega o grande tronco

Como um animal indefeso

Um barranco desaba

O riacho se alarga,

faz redemoinho

Houve-se um estrondo

Casas ruem

O cenário é hediondo

O vento em transe retorce, assobia

A natureza mostra sua força

Fecunda, mata e procria!!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 21/01/2012
Reeditado em 27/12/2013
Código do texto: T3452981
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.