CHUVAS

Intensas, caem como se em dilúvios,

Despencando fúrias acumuladas,

Como se tocadas por raivas insanas,

E perplexo, ousei questioná-las,

Pois tive com elas imensas alegrias.

Disse-me uma delas já em ebulição,

Nuvens negras preparadas para desabar,

Com raios ciscando no ribombar dos trovões,

E depois despencam levando tudo de roldão,

Ser culpa dos homens todas as desgraças.

Antes a primavera fazia florir a natureza,

E o verão trazia chuvas benevolentes,

Que irrigavam as plantas dando-lhes vida,

E o outono despia as folhas já amadurecidas,

Com o inverno derramando suas garoas.

Agora as nuvens recebem os poluentes,

Gases tóxicos que nos fazem sufocar,

Das queimadas das matas exuberantes,

E do gás metano com efeito perverso,

Calor sufocante que provocam tempestades.

Se um dia o homem abrandar as agressões,

A natureza acalmaria nossas fúrias acumuladas,

E voltaremos a regar os jardins floridos,

Não deixando perecer as plantas exauridas,

Pois gotículas de orvalhos cairão como prantos.

Não queremos provocar destruições em massa,

E regularemos as estações para nada acontecer.

Pois o homem do campo derrama suas lágrimas,

Pelas chuvas abundantes destruindo as lavouras,

Ou que as secas dizimam pelo sol causticante.

Acreditei então que nas crianças está a esperança,

De um novo mundo sem essas transgressões,

Pois já plantam árvores para abrandar o calor,

E protegem como se fossem suas madrinhas,

Que Deus certamente fará delas suas vigilantes.

16-01-2012