relembrando um dos livros de Paulo Coelho......



O lugar em que o Rio faz curva
                e o mato é ralo,eu me calo
e sinto o silêncio do Rio Turvo
                que de tantas curvas eu me curvo
e choro,ao ver as turvas águas
                que rolam como lágrimas ardentes
na imensa solidão do meu coração....

            à vezes o rio toca uma canção
através da viola,e do violão
           e sinto saudades do matão
o silêncio surdo de um corujão
          sob a sombra furtiva do lobo Guará
e a solidão de um céu estrelado
           revestindo infindáveis mares de morros
que se perde na sonolência dos horizontes
      sob o olhar meigo da morena de branco....


que turva os meus olhos!
que turva o meu coração!
que turva o silêncio da noite!
que turva até as curvas da solidão....
e de tanta turvação fico cego
de tanta paixão...!

mas de repente estou sozinho
nas margens do Rio Turvo
e me curvo diante suas águas
e deixo rolarem minhas mágoas....
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(Na foto, o Rio Piranga, principal formador do Rio Doce
próximo à cidade de Presidente Bernardes, o antigo
Calambau, publicada no livro da Vale do Rio Doce,
foto do sr Henrique Lobo...nossos agradecimentos)

Marco de Nilo
Enviado por Marco de Nilo em 04/01/2012
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