Vento Traiçoeiro
O vento assopra nas entrelinhas de minha poesia
E meus pensamentos são revelados ao mundo exterior,
As palavras ficam envergonhadas diante do dissabor
De verem rastreados os mecanismos de minha fantasia.
De um constrangimento íntimo adoece minha pena
E os rabiscos são miasmas que obliteram a inspiração,
Curvas sinuosas deixam em alerta os patamares da emoção
Numa estrada em que precipícios engolem fomentados temas.
Debruçadas sobre o perigo das ribanceiras,
As fantasias descortinam na paisagem virgens amendoeiras
Que vinculadas a outros vegetais são o antídoto da enfermidade...
No crepúsculo encarnado onde o sol adormece
Tempestades sazonais escutam meu burburinho em prece
E em meus devaneios enclausuro pensamentos de prosperidade!