Funeral dos Vivos
Funeral dos Vivos
O leite do homem é o rubro do sangue da vaca sagrada.
A roupa da madame a loucura da raposa.
A plateia agradece a tortura do Tigre, a sofreguidão do elefante
E somos todos terráqueos, Somos vivos.
E arranque os chifres do homem!
Dilacere o bico do homem!
Rasgue a garganta do homem!
Que Deus não dá asa às cobras ou dá?
Coma a minha carne! se delicie com as minhas vísceras
Vista o meu couro, marque o meu rosto com a sua humanidade!
Não sinto dor. Sou Animal.
Sou Animal! Seu animal!
E arranque os chifres do homem!
Dilacere o bico do homem!
Rasgue a garganta do homem!
Que Deus não dá asa a cobras ou dá?
Remedinho da dona Maria é o choque do macaco
O casaco glamuroso é a tristeza do Urso.
A plateia agradece a lança espetada no Touro sem chifre!
E somos todos terráqueos, Somos vivos!
Sou animal! Seu animal!
O ovo, albumina,, clara e gema é o cárcere da galinha
A roupa da perua são as plumas arrancadas do ganso!
E a plateia agradece às toxinas, à pimenta nos olhos, que é pro bicho aguentar!
E arranque os chifres do homem!
Dilacere o bico do homem!
Rasgue a garganta do homem!
Que Deus não dá asa às cobras ou dá?
Coma a minha carne! se delicie com as minhas vísceras
Vista o meu couro, marque o meu rosto com a sua humanidade!
Não sinto dor. Sou Animal.
Correm como loucos os porcos, os poucos.
Gemem e urram os bichos já loucos.
Morrem e Morrem mais de um sol já morto!
Abatidos pelos podres, os sapiens!
Arranquem os dentes aos poucos
Que é pra dor ser infinita! lancinante
Cacem as baleias mar de lodo, lamaçal de Sangue
Escamotam os homens a sua crueldade e a sua especielidade
E arranque os chifres do homem!
Dilacere o bico do homem!
Rasgue a garganta do homem!
Que Deus não dá asa às cobras ou dá?
Nutra-se de mudança de amor.
Incinere o matadouro que está dentro do seu coração
Permita-se viver. Permita-se respeitar
Animais, vegetais, humanos e toda a natureza que está abaixo do céu
Acima do chão. por que Deus dá asas às cobras? Ele dá!
Somos todos animais, Seu animal!