Epopéia serrana- SEGUNDA e ÚLTIMA PARTE
Tamanha era em nós a euforia,
e a serra em leal cumplicidade,
um oceano nos oferecia...
Brindamos em taça o líquido precioso
Derramado em nós por um aroma salgado
Palpitando em nós um ritmo ansioso
E vislumbramo-no. Aplacada ansiedade;
A espuma da champanhe mais caríssima,
não se compara à do mar, em verdade!
Notei que em meio à cerimônia estávamos.
Como pudemos não haver notado?!
E que de antemão já participávamos.
Junto com os animais viemos para o casório,
entre serra e mar enamorados,
eternamente como as velas e o oratório.
Garças, gaivotas, lulas,siris e peixes;
Conchas, árvores, plantas submarinas
e o luar iluminando em feixes.
Toda criatura terrestre e aquática,
ali estavam para o enlace.
A emoção em todos era enfática!
A serra, tendo por veste a grandeza,
tinha aos seus pés o mar infinito;
E ela o tratava como sua Alteza.
Não competiam entre si por honrarias.
Ela o guardava como sendo fortaleza,
Seguro ó mar, no leito da praia tu dormias.
Plena e amada, tu, serra querida,
descansa também à música das ondas;
inspiração dele. De sua musa escolhida...
Partamos... E deixemos a sós os nubentes...
Levamos na alma misto de sal e verdor,
uniões sensoriais nos corpos e mentes.