Epopéia serrana- SEGUNDA e ÚLTIMA PARTE

Tamanha era em nós a euforia,

e a serra em leal cumplicidade,

um oceano nos oferecia...

Brindamos em taça o líquido precioso

Derramado em nós por um aroma salgado

Palpitando em nós um ritmo ansioso

E vislumbramo-no. Aplacada ansiedade;

A espuma da champanhe mais caríssima,

não se compara à do mar, em verdade!

Notei que em meio à cerimônia estávamos.

Como pudemos não haver notado?!

E que de antemão já participávamos.

Junto com os animais viemos para o casório,

entre serra e mar enamorados,

eternamente como as velas e o oratório.

Garças, gaivotas, lulas,siris e peixes;

Conchas, árvores, plantas submarinas

e o luar iluminando em feixes.

Toda criatura terrestre e aquática,

ali estavam para o enlace.

A emoção em todos era enfática!

A serra, tendo por veste a grandeza,

tinha aos seus pés o mar infinito;

E ela o tratava como sua Alteza.

Não competiam entre si por honrarias.

Ela o guardava como sendo fortaleza,

Seguro ó mar, no leito da praia tu dormias.

Plena e amada, tu, serra querida,

descansa também à música das ondas;

inspiração dele. De sua musa escolhida...

Partamos... E deixemos a sós os nubentes...

Levamos na alma misto de sal e verdor,

uniões sensoriais nos corpos e mentes.

Wellington Berdusco
Enviado por Wellington Berdusco em 29/11/2011
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