Sou caipira.
Sou caipira
filho da terra
da natureza;
o meu coração está no campo,
no cheiro das matas,
no silencio, no ar puro no verde da paz,
no rio na cachoeira, no gramado
nas pastagens, nos animais;
a minha alma é sertaneja,
viaja nas madrugadas,
banha-se no orvalho da manhã,
acorda com os primeiros raios de sol,
trabalha na roça, ama os brotos das sementes
parindo da terra.
Sou caipira de chapéu de palha,
simples ouvinte do cantar do galo,
das passaradas do canto do sertanejo,
das historias campestres,
das modas de viola, da sanfona
rasgando sons na boca da noite
em quanto a lua clareia a mata,
as estrelas cintilam no céu,
e a viola ponteia as lindas canções
do sertão da natureza,
emocionado o coração.
Sou caipira, semente, flores, frutos, raizes,
perfumes que germinaram,
a floresta encantada,
sou o coração pertenço a alma da terra.
Cláudio Domingos Borges