O VERÃO
A natureza impõe-se numa ordem certa:
Agora é esse show do calor estanque
Chibatas de raios, tanque de irradiar suor
As ondas de portas e janelas entreabertas
O mundo reinaugura inércias de nunca acabar
Sãs cerimônias pagãs de solstícos
Sorrisos quantos de entrega, armistícios
Aos bancos, às praças, às mesas de bar
A vida gerida pelos pleitos da vida
Vida manha que dá guarida e desregra...
Como se bebe e se rega esse momento
Dos corpos consumidos no verão conexo
Rezo o infindo ritual de início do eterno fim
Vício simulacro de descansados recomeços
Neste ínterim, infundo tudo e me desentendo
Nesses ciclos a roerem por dentro de mim