"CENAS DA VIDA REAL"
Eis um pássaro alegre, solto a voar.
De um gorjeio a outro, faz seu gorjeio ouvir,
Beliscando toda fruta, nas árvores do pomar,
Refrescando-se na água do rio, sem pedir.
Eis um pássaro contente, que seu ninho vai construir.
Ao entardecer, logo mais, poderá ele se abrigar,
Nem a chuva, nem o vento, nada lhe vai oprimir,
E muito em breve ele terá uma família a desfrutar.
Eis um pássaro livre e altivo a cantar.
Ele desce ao chão, pega a palha, volta a trabalhar,
Reforçando sua casa, enquanto o sol vai sumindo.
Vai o pássaro apressado na arapuca cair.
Mãos ligeiras o agarram, e uma gaiola ele vê surgindo...
Eis um pássaro tristonho, numa prisão a lamentar!...
(ARO. 1988)