Chuva
Deitado na terra seca, na grama morta
Desfaleço no ardor da secura
Componho sonetos de alma torta
(tortura)
Contemplo o tempo
O ócio
O ausente vento
No tempo quente, anseio ardente pela chuva
E eis que ela vem, imponente, soturna
Eis a nuvem negra, majestosa chuva
Gélido verão
Que vem na nuvem negra, pleno em loucura
Que pelo relâmpago esbraveja
E pelo trovão resmunga
O vento da chuva sopra a poeira
A água lava a cidade e lameia o subúrbio
No céu, a nuvem lampeja
E deitado na grama eu ouço seu murmúrio
A tempestade de fim de ano
Os ventos trazem as chuvas
É a época em que chora o céu
O tempo a lamentar minhas lamúrias
O vento sopra a poeira da seca
As gotas refrescam a face incandescente
Trovões ilustram o caos eloqüente
Minha alma revive em refrescante beleza
No caos da natureza!
(Setembro de 2007)