A tarde na floresta

É triste ver a tarde chegar

roubando as sombras dos manguesais,

carpindo as corujas, os ares espaciais;

e a penumbra começa a marchar...

Aves disputando galhos,

outras, formando bando,

de leve, vão se debruçando

entre desfile, teus ensaios!

Na arena, um vento tonto agita

as palhas dos couqueirais,

os gomes dos bananais

batendo as calhas, grita.

A beira do rio, o mormaço

invade os poros das flores,

exalam a brisa, os odores

aos pulmões do solo devasso!

E a flora esfria pra valer.

o poente foge latejando,

as nuvens mortas consumando,

como é triste ver a tarde morrer!...

08 de novembro de 2008.

Jairo Araújo Alves
Enviado por Jairo Araújo Alves em 03/10/2011
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