A tarde na floresta
É triste ver a tarde chegar
roubando as sombras dos manguesais,
carpindo as corujas, os ares espaciais;
e a penumbra começa a marchar...
Aves disputando galhos,
outras, formando bando,
de leve, vão se debruçando
entre desfile, teus ensaios!
Na arena, um vento tonto agita
as palhas dos couqueirais,
os gomes dos bananais
batendo as calhas, grita.
A beira do rio, o mormaço
invade os poros das flores,
exalam a brisa, os odores
aos pulmões do solo devasso!
E a flora esfria pra valer.
o poente foge latejando,
as nuvens mortas consumando,
como é triste ver a tarde morrer!...
08 de novembro de 2008.