Fragmentos

A tarde apazigua o horizonte

debruçando o véu que se esvae;

destas ninfas minguadas, sepultai

a lira, que arde em toda fonte!

Verbalizam-se os seres, a dor insana,

tão leve o broto, e matinal

o feroz, da entranha angelical,

inflama o orvalho, a vossa membrana.

Foge a cena, acende-se o porto,

somam-se os mistérios, as ondas;

outra nau invade as tais zonas

deste infinito pólo morto...

Oh fluídos do açoite fragmento!

São louros embebidos, teus ares;

são bolhas, delirando os mares

pulsando o além, pensamento!...

Jairo Araújo Alves
Enviado por Jairo Araújo Alves em 27/09/2011
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