PEQUENINA FLOR
Do alto dos meus sessenta anos,
olhando cuidadosamente o jardim da vida,
vislumbro uma singela e tímida flor,
dando-me a transparecer ao primeiro olhar,
fragilidade e desnutrida de cuidados e afeição.
Que grande dia!
Aflorasses para encantar este momento,
tremulando ao soprar da fresca aragem,
faze-me vivo e crente na vida,
pronto a refazer os gastos dos dias,
dos anos já vividos,
das horas difíceis
e dos desencantos normais.
Mesmo sendo feliz e mesmo cultivando a felicidade,
quem não tem tristezas pelas perdas das fantasias e sonhos,
pelos confrontos da realidade,
pela correria da dinâmica presente
que nos envolve na pressa do fazer agora.
Compete-me averiguar os pontos coloridos
e não perder focos de singeleza
que me faz encher os olhos de brilho
e a alma de vigor, amor e alegria.
Compete-me o fazer e o buscar da proteção
que necessitas para o teu crescer,
o fortalecer para o teu exercer,
para o descobrir da consistência dos dias futuros,
da necessidade que cada um tem de se firmar no próprio tronco,
do viver a independência do andar com os próprios pés,
de se assenhorear com determinação do que tem a fazer,
para realizar seu próprio destino.
A vida é a beleza que fazemos
e não a fantasia que idealizamos
ou a permissividade a que nos permitimos.
Viver é muito mais,
é amar a si mesmo!
É realizar-se!
Jatanael Moreira e Silva
Maceió, 02h55min) 24 de outubro de 2007.