A boca da noite
A sombra engolindo a criança
com os pés descalços,
com o lenço na mão suja
e o mormaço,
nos umbrais da alma soturna,
suscitando a bafagem
ternamente,
dos que sofrem calados...
O mistério vai beirando
pouco a pouco
as almas e as tempestades
hospeiras,
da fonte já escassa.
Esvaecido ardor
e lágrima
que furta sem cor,
a pele flertada do além,
onde tudo é pesado,
e onde tudo
vai sendo varrido
e deixado,
pelas naus que ancoram
os portos,
de trevas
e solidão!...
14 de fevereiro de 2009.