Vista para dentro...

O olho que crê
É um orgão ressequido,
Ainda assim germina
Entre a natureza e o descaminho...
O olho que vê
Sabe que há um inverso
No processo do pergaminho!

Paisagem e assombro
Nos ombros de alguma matéria.
Pode ser cinza o sonho
Pode até parecer bizarra
A fantástica epopeia
Do pincel sensível
Que reflete luz no engano
E camufla a solidão da cigarra...

O olho que traduz
Diz que tudo é lírico,
Até a amendoeira que só existe
Na gravura que conduz
Para as margens sinuosas do nilíaco!

* Um  beijo para minha querida Morgana Lima, autora da gravura maravilhosa!

Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 26/08/2011
Reeditado em 26/08/2011
Código do texto: T3184125
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