Vista para dentro...
O olho que crê
É um orgão ressequido,
Ainda assim germina
Entre a natureza e o descaminho...
O olho que vê
Sabe que há um inverso
No processo do pergaminho!
Paisagem e assombro
Nos ombros de alguma matéria.
Pode ser cinza o sonho
Pode até parecer bizarra
A fantástica epopeia
Do pincel sensível
Que reflete luz no engano
E camufla a solidão da cigarra...
O olho que traduz
Diz que tudo é lírico,
Até a amendoeira que só existe
Na gravura que conduz
Para as margens sinuosas do nilíaco!
* Um beijo para minha querida Morgana Lima, autora da gravura maravilhosa!