Memórias avulsas

Ouvir o triste canto da seriema

Nos arredores, e as gaivotas

Exibindo suas últimas notas,

Eram folhas solta da arena...

A máscara da cruel pantera,

No furor, a gargalhar o espaço,

O pulmão avulso, e o bafo

Sem concerto, fez-se esfera!

Ó abismo de lástima e mistério!

Vós, no silêncio das horas,

Tens a ternura que a devoras,

Toda a pátria de pavor e tédio!

No brilho solitário da lua alta,

Deliram as vestes de meu avô;

Gritam a honra e o teu valor

Sobre a terra, e no céu salta

Feito raio que funde a memória,

Da tua numerosa semelhança;

Ó deleitada e sentida esperança,

Descansa em paz, a tua história!...

Cauteloso és o rio que passa

E leva a Infinda mágoa contigo.

És o único leito a partir florido

E nunca mais volta, a fonte casta!

Jairo Araújo Alves
Enviado por Jairo Araújo Alves em 26/08/2011
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