PASSARO TRISTE!
Trinca ferro canta triste
A qualquer momento e hora
No alto daquele prédio imponente
Na minha rua preso na gaiola.
Vive em selva de concreto e folhas de vidro
Longe de seu habitat natural
Salta freneticamente por instinto
Como se estivesse de galho em galho.
Seu cantar é triste na prisão
Por estar só sem companhia
Preso por egoismo e ambição
No alto do prédio vive sozinho.
Outrora vizinhos junto à natureza
Vivíamos felizes e pacificamente
No prenunciar de um novo dia
Livre cantava alegremente.
Triste como aquele pássaro
Vivo preso em liberdade
Ao meio a poluição e a frenética lida
Entre prédios pelas ruas da cidade.