PINGOS DE CHUVA

Pingos de chuva
Salpicam o espaço
seguem o descompasso
De vários caminhos
Alguns na vidraça
Outros na carcaça
Do velho moinho

Pingos de chuva
São gotas, cristais
Que levam os “ais”
Angústias e mágoas
Vencem desafios
Mas morrem no rio
Que no mar deságua

Pingos de chuva
Das telhas gotejam
Nas folhas lacrimejam
Voando na brisa
Encharcando o dia
Respingam a nostalgia
Que a tarde sintetiza

Pingos de chuva
Que descem no rosto
Lábios sorvem o gosto
De alguma ausência
Perdida no tempo
E que o pensamento
Fere sem clemência

Pingos de chuva
Lágrimas ao vento
Que voam ao relento
Em seus descaminhos
Se juntam em torrentes
Temporários ausentes
Jamais morrem sozinhos

 
Cesar Tomazzini
Enviado por Cesar Tomazzini em 09/08/2011
Reeditado em 02/12/2011
Código do texto: T3149469
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