O CABOCLO É RICO POR NATUREZA

Autor: José Gomes Paes

A natureza é fonte de sobrevivência de todos.

Principalmente dos caboclos como nós.

Se os rios estão limpos e protegidos

Haverá muito mais peixes

Para saciar a nossa fome e de muitos outros.

Do pobre, do rico e do caboclo.

Porque o caboclo é rico por natureza.

Se proteger a mata os animais sobrevivem.

Posso matar uma caça para saciar minha fome.

Eu vivo na natureza e sobrevivo dela.

A floresta é meu lar

Ela me dá o ar que respiro

A fonte de água prá beber

Deito na rede me embalo e viajo.

Vou além dos meus pensamentos.

Sonho estar aqui pescando.

Remando, canoa adentro do lago.

Que rio! Parece um tapete brilhante.

De águas correntes vivas e rebujantes.

A receber seu ilustre filho da natureza.

De canoa entre os igapós

As arvores me rodeiam e me cobrem.

Vejo a minha sombra a refletir na água.

Como se fosse um espelho, dádiva da natureza

Nasci aqui neste pedaço do Amazonas

Cresci comendo manga no pé

Peixe assado na beira dos igarapés

Tomando banho no rio.

Desde menino eu aprendi.

A pescar, a caçar, a nadar.

Dos conselhos que minha mãe dizia

O pé de abacate no quintal.

O jaraqui frito que ela fazia

São coisas que me fazem lembrar.

Dos amigos que aqui deixei

E dos mais velhos que sempre respeitei

Das brincadeiras de pira

Jogos de turiste

O papagaio de papel.

O campinho detrás da Igreja.

A historia de Papai Noel

Do sapato embaixo da rede

A espera do presente de natal.

Das peladas do fim de tarde.

Do banho no cedro do porto.

Lembro bem do salto das ribanceiras.

O nadar no rio de águas brancas e frias

Dos ventos de verão.

Em baixo dos bejaminzeiros.

Que encobrem o frontal da cidade.

Oh! Cidade querida que tanto amo.

Que um dia me viu nascer.

Nunca vou esquecer-me de ti.

Porque quem ama sente saudade.

E a saudade dói muito no fundo do peito

Porque não proteger a natureza?

Se ela me dá o que eu preciso para sobreviver

Porque não preservá-la?

Porque não defendê-la?

Se ela me dá tudo.

Tudo o que eu posso ter.

A alimentação,

a mata,

a água,

o ar,

a chuva,

o vento,

o sol,

a lua,

o frio,

o peixe,

a caça.

Eu sou filho da mata, sou caboclo.

Caboclo rico por natureza.

E preciso sobreviver.

FIM

José Gomes Paes
Enviado por José Gomes Paes em 06/07/2011
Reeditado em 14/08/2011
Código do texto: T3078310
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