SEM ABRIGO
Não é questão de saudade, o que vos digo
Não é castigo escrever, em liberdade
Há que escrever a verdade que consigo
Ler no perigo que nos trás essa verdade
Não me posso eximir da sociedade
Que constrói a cada passo novo perigo
E usa no cinismo e na vaidade
A vida triste, o Natal dos Sem Abrigo
Não me lembro de me dizerem na escola
Que era lindo ficar na fotografia
Tendo na mão a pobreza de uma esmola
.
Onde mora o sonho da Democracia?
Debaixo do calor da pele da estola
Ou na força desta pobre poesia?
João Moutinho aka ressoa
19/12/2005