NA FÁBRICA DA MINHA INFÂNCIA

«Trovas do meu Natal»

– Ao poeta Abel da Cunha –

Na fábrica da minha infância

Onde moram recordações

Existe um vazio à distância

Todo cheio de emoções…

À entrada da minha fábrica

Mesmo ao lado do coração

Construía em simples cabana

Meu presépio de tradição.

O boi bento mais a vaquinha

Por sobre a palha ou sem ela

E por cima uma estrelinha

Dependurada na janela.

Musgo verde de ocasião

Esperava o berço bendito

Onde eu colocava à mão

O corpo de Jesus Menino.

Para ultimar a bela cena

Completava a Santa família –

Maria e José, em pose serena,

Ouvindo do Anjo a homilia.

Na fábrica da minha infância

Havia lugar pró Santo Natal

Nada mais tinha importância

Que o meu Silêncio emocional.

Bate coração, minha fábrica,

Bate como se um tear foras

A minha Alma é peça delícia

Ao calor de todas as horas.

O meu Menino, bem desperto,

O mais terno qu´ em casa havia;

Cantavam os Anjos, ali ao perto,

Venite, adoremus, em harmonia!

Frassino Machado

In INSTÂNCIAS DE MIM

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 13/12/2023
Reeditado em 13/12/2023
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