NA FÁBRICA DA MINHA INFÂNCIA
«Trovas do meu Natal»
– Ao poeta Abel da Cunha –
Na fábrica da minha infância
Onde moram recordações
Existe um vazio à distância
Todo cheio de emoções…
À entrada da minha fábrica
Mesmo ao lado do coração
Construía em simples cabana
Meu presépio de tradição.
O boi bento mais a vaquinha
Por sobre a palha ou sem ela
E por cima uma estrelinha
Dependurada na janela.
Musgo verde de ocasião
Esperava o berço bendito
Onde eu colocava à mão
O corpo de Jesus Menino.
Para ultimar a bela cena
Completava a Santa família –
Maria e José, em pose serena,
Ouvindo do Anjo a homilia.
Na fábrica da minha infância
Havia lugar pró Santo Natal
Nada mais tinha importância
Que o meu Silêncio emocional.
Bate coração, minha fábrica,
Bate como se um tear foras
A minha Alma é peça delícia
Ao calor de todas as horas.
O meu Menino, bem desperto,
O mais terno qu´ em casa havia;
Cantavam os Anjos, ali ao perto,
Venite, adoremus, em harmonia!
Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM