A Indiazinha e o natal
A INDIAZINHA E O NATAL
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Era lindinha no seu jeitinho de ser:
olhinhos amendoados, lisos e negros cabelos
pele morena,nua na aldeia a correr...
Vieram os brancos, e a vestiram depressa
e lhe ensinaram a ler.
Foi parar na cidade, onde terra
sob os pés, pouco via,
só ladrilhos, asfalto, cimento..
Aos poucos foi se esquecendo
das ricas tradições orais,
dos costumes de seu povo...
Nada de tomar banho no rio
piscoso, gostoso e frio
nem dançar prá chamar chuva...
Era Natal, e a escola
onde estava sendo criada
estava toda enfeitada
por guirlandas e presépio...
Achava tudo bonitoe diferente
, nos olhos de passarinho,
a triar as novidades
somente um nadinha tristes,
escuros e curiosos
tinha duas velas acesas
porque uma boneca
lhe fora prometida...
Então as chuvas de dezembro
trouxeram muitas águas do céu...
Feliz porque chovia,
foi ao pátio , atavicamente a lembrar
seus hábitos mais antigos.
pondo-se, festiva, a dançar
(porque bem no fundo
havia algo guardado
os costumes da aldeia)...
Não a viram...e sem a imunidade
que antes era natural
contraiu pneumonia
e passou a noite de Natal
a delirar e arder em febre,
a tossir com dor no peito...
À bonequinha abraçada
(que agora não lhe dizia nada),
sonhava com tartaruguinhas, araras,
botos e micos...via o pajé,
revia o pai e a mãe, alegres
com o reencontro inesperado,
rirem de suas peraltices
dar-lhe pedacinhos de tapioca
e aluá prá beber...
As velas da curiosidade
doaquele mundo estranho
dos brancos, devagarzinho
se apagaram dos olhinhos...
E então, Jaci, a lua de prata
apareceu no seu quarto
e a levou, etérea e feliz
para um Natal diferente
nos campos verdes
de Tupã, para não mais voltar
(dizem que virou um gênio do ar
onipresente e brincalhão
que vive a assobiar)...
Essa poesia foi transformada em um e-book natalino,num trabalho muito especial do webmaster Lourivaldo Perez Baçan.Confira-o:
www.portalcen.org/bv/clevane/clevane.htm
A poeta ,chargista e prosadora Maria de Jesus Fortuna,também o enviou para mim em formato de PPS,feito por "Pedritta du Bamban"e hoje fiquei sabendo que ele foi enviado,com meus outros e-books infanto juvenis-e para adultos-paraalgumas escolas municipais e estaduais de Belo Horizonte,pela Emiele.
Desejo ainda colocá-lo em Braile,para as crianças que não podem ler pelo métodos usuais,possam ler com os dedos...Ou gravar fitas.Quem souber dos caminhos,contate comigo;
Clevaneplopes@yahoo.com.br
A INDIAZINHA E O NATAL
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Era lindinha no seu jeitinho de ser:
olhinhos amendoados, lisos e negros cabelos
pele morena,nua na aldeia a correr...
Vieram os brancos, e a vestiram depressa
e lhe ensinaram a ler.
Foi parar na cidade, onde terra
sob os pés, pouco via,
só ladrilhos, asfalto, cimento..
Aos poucos foi se esquecendo
das ricas tradições orais,
dos costumes de seu povo...
Nada de tomar banho no rio
piscoso, gostoso e frio
nem dançar prá chamar chuva...
Era Natal, e a escola
onde estava sendo criada
estava toda enfeitada
por guirlandas e presépio...
Achava tudo bonitoe diferente
, nos olhos de passarinho,
a triar as novidades
somente um nadinha tristes,
escuros e curiosos
tinha duas velas acesas
porque uma boneca
lhe fora prometida...
Então as chuvas de dezembro
trouxeram muitas águas do céu...
Feliz porque chovia,
foi ao pátio , atavicamente a lembrar
seus hábitos mais antigos.
pondo-se, festiva, a dançar
(porque bem no fundo
havia algo guardado
os costumes da aldeia)...
Não a viram...e sem a imunidade
que antes era natural
contraiu pneumonia
e passou a noite de Natal
a delirar e arder em febre,
a tossir com dor no peito...
À bonequinha abraçada
(que agora não lhe dizia nada),
sonhava com tartaruguinhas, araras,
botos e micos...via o pajé,
revia o pai e a mãe, alegres
com o reencontro inesperado,
rirem de suas peraltices
dar-lhe pedacinhos de tapioca
e aluá prá beber...
As velas da curiosidade
doaquele mundo estranho
dos brancos, devagarzinho
se apagaram dos olhinhos...
E então, Jaci, a lua de prata
apareceu no seu quarto
e a levou, etérea e feliz
para um Natal diferente
nos campos verdes
de Tupã, para não mais voltar
(dizem que virou um gênio do ar
onipresente e brincalhão
que vive a assobiar)...
Essa poesia foi transformada em um e-book natalino,num trabalho muito especial do webmaster Lourivaldo Perez Baçan.Confira-o:
www.portalcen.org/bv/clevane/clevane.htm
A poeta ,chargista e prosadora Maria de Jesus Fortuna,também o enviou para mim em formato de PPS,feito por "Pedritta du Bamban"e hoje fiquei sabendo que ele foi enviado,com meus outros e-books infanto juvenis-e para adultos-paraalgumas escolas municipais e estaduais de Belo Horizonte,pela Emiele.
Desejo ainda colocá-lo em Braile,para as crianças que não podem ler pelo métodos usuais,possam ler com os dedos...Ou gravar fitas.Quem souber dos caminhos,contate comigo;
Clevaneplopes@yahoo.com.br