Natal transparente
Natal transparente.
Brisas sem rumo entre galhos
Balançam folhas amareladas
Tênues lembranças que afloram
Sobre promessas não realizadas.
Quando se aproxima o fim do ano
Num retrospecto da agenda anual
Relembramos com certa monotonia
Os compromissos do último Natal.
Diante da imensa e farta mesa
Esquecemos da rua no tormento
Repetimos as promessas antigas
Não cumpridas nem em pensamento.
E assim o longo ciclo se repete
Na busca da real confraternização
Cuja metade reside na mente
E a restante habita o coração.
Se o ser humano tem capacidade
De cumprir promessas em janeiro
Basta uma dose de boa vontade
Para realizá-las pelo ano inteiro.
Atos prometidos enquanto na terra
Claro que são registrados no céu
Quem finge esquecer as palavras
Pode um dia também ficar ao léu.
Que uma grande paz nos envolva
Para realizarmos uma festa legal
Mas não devemos nos esquecer
Que excluídos merecem um Natal.
Haroldo P. Barboza lhe deseja Bom Natal e boas entradas em 2008!
Autor do livro: Brinque e cresça feliz