Natal, ontem e hoje!
Era tão simples o meu Natal...
Colhia um azevinho no quintal,
Havia no ar, suave fragrância
Reinavam a paz e a alegria
Quando do monte o pinheiro trazia;
Era o Natal da minha infância!
Contavam-nos histórias de sonhar,
De um velhinho que nos ia visitar
Com um saco cheio de lembranças...
Em todas as casas ele entrava
P'las chaminés , onde deixava
Prendas nos sapatinhos das crianças
Enquanto preparava os docinhos
Minha mãe cheia de carinhos,
Não se esquecia de recomendar:
"Se dormires vais verlogo cedo,
Que o Pai-Natal sem nehum medo,
P'la chaminé desceu para te deixar ...
O que pediste muito em segredo!
Eram assim os nossos sonhos...
De olhos brilhantes e risonhos
E na mais pura inocência...
Construíamos a nossa imagem
De um Pai - Natal em viagem...
Ouvindo a nossa pertinência!
Não sabíamos o que era maldade
E que por mera crueldade ...
Num futuro próximo veria crianças
De alma pura e corpos vazios
Sem horizontes e sonhos vadios ...
E sem chaminés de Esperanças ..
.
Iriam se cruzar com meu olhar ,
E meio indiferente eu ia atravessar
Aquela rua cheia de gente ...
E normalmente eu seguia meu rumo...
Deixando para trás o resumo...
Daquela vida ...daquele indigente...
Cecília Rodrigues
Dezembro_2007