Devolvam-me o meu Natal

Solidário, sincero e fraternal.

Com o espanto suspenso no olhar da criança

O encanto, a ternura e a esperança.

Tragam-me de volta a festa e a alegria

Devolvam-me também a fantasia.

Devolvam-me aquele Natal

Do presépio feito com o musgo do quintal,

As imagens de barro pintado

E o céu na parede todo estrelado.

Tragam-me de volta a surpresa dos presentes na manhã

Da boneca de pano com cabelos de lã.

Devolvam-me o Natal

Das cantigas populares e do simples ritual,

Do Menino Jesus, de todos os meninos nascidos

E daqueles que já estavam esquecidos.

Tragam-me de volta o sonho e a minha alma enfeitada.

Devolvam-me a magia da noite da consoada.