A CIMEIRA DA LAPINHA
“A Festa universal”
No primeiro pós-natal
Na Lapinha de Belém
Houve festa universal,
Cimeira de paz e bem.
O boi e mais o jumento
Ordenaram num edital
Fazerem ajuntamento
No primeiro pós-natal.
Acorreram cães e gatos,
Cabras e ovelhas também,
Coelhos, galos e patos,
Na Lapinha de Belém.
Vieram cavalos e éguas
E até as zebras do vale,
Naquele acordo de tréguas
Houve festa universal.
E todas as aves do céu,
Rolas, falcões mais de cem,
Pombas brancas sem labéu,
Cimeira de paz e bem.
E todos co´ a sua voz,
Naquele estábulo pobre
Onde estava um frio atroz,
Fizeram Jesus ser nobre.
Vieram também uns Reis
Lá das bandas do deserto
E até dromedários fiéis
Ali deram um concerto.
Com presentes e arranjos
Com danças, canções e festa,
Ouviram-se pastores e anjos
Na alegria manifesta.
Seres humanos e animais
Neste calor tão profundo
Demonstraram, por demais,
Toda a beleza do mundo.
Envolta em palha dourada
Dormitava uma criança
Qual estrela madrugada
Aquecida pela esperança.
Naquela noite fez-se dia
E ouviu-se por terra e céus
Numa suave harmonia,
Um canto ao Menino-Deus:
– Hossana, cantemos todos
Co´ a família de Nazaré,
Haja luz, paz e bons modos
Em Jesus, Maria e José!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA