Criando o meu natal dos sonhos
Lembrança e melancolia
Insatisfação e tristeza
A infância deveria ser perene
Ingenuidade não deveria acabar
Alegria teria sempre que existir
O natal continuaria
A ser um sonho infantil
Um presente ansiado
O futuro invertido
Ficaria lá traz
O ontem era o hoje
E o hoje sairia de cena
Em seu lugar um espetáculo
Com pessoas queridas e alegres
Crianças contentes
Adultos sorridentes
Mesa farta de frutas,
Doces, assados em abundância
Gritos hilários, folgazões
Os avôs brincando
As avós alimentando os seus netos
Seguros e protegidos
Esse seria um bom natal
Imaginário, lá distante
Na real
Queria brincar de esconde-esconde
Gritar, ir à cachoeira
Pular da ponte
Nadar e mergulhar nas águas
Dos rios e córregos de então
Os avôs e avós
Não existem mais
Encerraram suas vidas
Assim como o natal
Só os tenho na lembrança
Bastariam ficar invisíveis
Ainda os ouço
Suas vozes fracas
Mesmo andar falho
Mas acredito que ainda estão por ai
Pois ainda se fala do natal
E natal sem eles (as) não é natal
Fico imerso nos meus sonhos
Ancorado neste hoje me perguntando
Teve-se um natal?
Tem-se um natal?
Vai-se ter um natal?
Por que do Natal?
Estou inventando o meu!