Criando o meu natal dos sonhos

Lembrança e melancolia

Insatisfação e tristeza

A infância deveria ser perene

Ingenuidade não deveria acabar

Alegria teria sempre que existir

O natal continuaria

A ser um sonho infantil

Um presente ansiado

O futuro invertido

Ficaria lá traz

O ontem era o hoje

E o hoje sairia de cena

Em seu lugar um espetáculo

Com pessoas queridas e alegres

Crianças contentes

Adultos sorridentes

Mesa farta de frutas,

Doces, assados em abundância

Gritos hilários, folgazões

Os avôs brincando

As avós alimentando os seus netos

Seguros e protegidos

Esse seria um bom natal

Imaginário, lá distante

Na real

Queria brincar de esconde-esconde

Gritar, ir à cachoeira

Pular da ponte

Nadar e mergulhar nas águas

Dos rios e córregos de então

Os avôs e avós

Não existem mais

Encerraram suas vidas

Assim como o natal

Só os tenho na lembrança

Bastariam ficar invisíveis

Ainda os ouço

Suas vozes fracas

Mesmo andar falho

Mas acredito que ainda estão por ai

Pois ainda se fala do natal

E natal sem eles (as) não é natal

Fico imerso nos meus sonhos

Ancorado neste hoje me perguntando

Teve-se um natal?

Tem-se um natal?

Vai-se ter um natal?

Por que do Natal?

Estou inventando o meu!

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 25/12/2018
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