Natal
Natal
Não é apenas uma semente
De tâmara
Que tem gosto de deserto
Histórias de mil e uma noite
Um luar abrasador
Mas é o nascimento de um poeta
Que versificava sobre o amor
E o reino de Deus
Colocando dentro de uma semente
De mostarda
Parábolas profundas eternas
Vestia os trigais separando-o
Do joio
Os lírios dos mais garbosos
Fatos
Aromas
E pêndulos ditosos
Que nem o poeta de provérbios
Se vestira como eles
Nem uma rainha com seus bordados
Véus sedosos
Coroou-se de espinhos sanguinolentos
Para trazer-me vida
Para que eu ame o outro
E tenha no meu coração
A mansidão
E compreenda a autoconsciência
Eu um grão tão pequeno
Nesta imensidão
A vagar com minhas metafísicas
Do ser e do não ser
E pobres poesias procurando
Dizer
Coisas que eu nem consigo
Compreender