A Pobre Mangedoura
Sou uma pobre manjedoura,
Vestida de palha e feno,
Á tarde quando o Céu doura,
Muge o gado grande e pequeno,
E procuram meu regaço,
Cheios de satisfação,
para saciar o cansaço,
para comer o seu pão!
Porém numa noite bendita,
uma estrela apareceu.
Iluminou-me inteira.
Perguntei; o que aconteceu
Fiquei sem entender,
Porque tanto brilhar,
Eu que sou tão pobrezinha,
Nem podia imaginar!
Um homem e uma moça,
vieram ali se abrigar,
Naquela humilde choça,
Ela teve que se deitar,
O chão de terra batida,
Nele as pegadas do gado,
De repente um mugido,
Os animais assustados!
Chegaram as dores de parto,
E por fim um bebê nasceu,
E eu, pobre manjedoura,
Fui aquela que o recebeu,
E, nessa hora bendita,
vi um brilho fulgurante
Uma estrela tão linda,
a fulgir no espaço distante!
Aquele bebê tão lindo,
Que dentro de mim nasceu
Era o Primogénito de Deus
O Messias prometido!
Ele não quer saber
Se você é rico ou pobre,
se és plebeu ou és nobre,
Deixa ele em ti nascer!