Noël.
Me sento à mesa para a ceia
querendo matar toda a saudade
dos natais felizes,
comendo sobre a sombra
dos pratos roubados.
Com todos os meus que partiram
rindo e admirando os sorrisos cor de oliva
pelo vidro da garrafa de vinho.
Falávamos de todos os mortos
Até daqueles que teimam em fingir estar vivos.
Trocamos nossas lembranças,
cheiros e carinhos há tempos guardados.
Entre taças esvaziavam entre nozes e damascos.
Esse pernil eu passo,
mas quero um tanto mais desse teu abraço.