NATAL DE RICOS, POBRES E PAUPÉRRIMOS

Pobre
menino,
descalço,
pelas
ladeiras do Rio
que não sabe o que é natal,
que nem ganha presente
e dessa alegria
 sempre esteve ausente

Pobre menino, sofrido
das noites frias do Rio,
com mãos estendidas
nas praças e avenidas
e dormindo em jornal

O transeunte,
que passa,
já tão acostumado,
não olha ou tem medo
do corriqueiro cenário

Pobre menino, faminto,
que implora pão amanhecido,
mesmo que seja aquele
que o diabo acabou de amassar

Pobre menino,
desnutrido,
magrelo,
franzino,
que faz estágio
pra ser marginal,
nas ruelas que corrompem
que zombam
de sua fragilidade

Pobre menino,
sem futuro
que carrega às costas
as dores do mundo,
que mais cedo ou mais tarde,
será encontrado,
sem vida,
num beco sujo ...
escuro...

Enquanto isso,
as belas ruas do Rio
se iluminam para o natal...
mjztauil
Jô Tauil
Enviado por Jô Tauil em 23/12/2014
Reeditado em 23/12/2014
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