~ O PRIMEIRO NATAL~

Em Belém

Aquela noite foi diferente

Superlotada de gente que vinha de toda parte

Se espremia nas ruas estreitas

A agitação, o burburinho

Afugentou a monotonia daquela pequena cidade

Esquecida e insignificante.

Aquela era uma noite diferente

Para um jovem casal

Que depois de longa jornada

Cansado e faminto, procura abrigo.

O esposo preocupado com a situação

E do seu primogênito que está para nascer.

Depois de procurar em tantas hospedarias

Os dois ouviram a mesma resposta:

-Desculpe-nos, mas não há lugar.

José inconformado, prossegue na busca

Precisam de um lugar

Qualquer lugar para descansarem

Não podiam pernoitar na rua

Não era digno,

Não era justo

Finalmente,

Uma resposta positiva:

_posso oferecer-lhes um abrigo provisório

_José indaga: onde fica o quarto?

_Não é um quarto é apenas uma estribaria

Mas a minha esposa está esperando um bebe.

_sinto muito, é tudo que posso lhe oferecer.

Agradecido

O casal dirige-se para aquele estranho abrigo.

Aquela foi uma noite diferente

Naquela humilde estrebaria

À maia-noite

Uma grande estrela iluminou

E, ela pobre, insignificante,

Mais importante que qualquer palácio se tornou.

Pois sua manjedoura serviu de berço

Para o Rei dos reis

Aquela foi uma noite diferente

Lá nas campinas

Onde os pastores cansados e sonolentos

Guardavam seus rebanhos

Inesperadamente

O céu iluminou

Surgiu um sublime coral de anjos, anunciando:

“Glória a Deus nas alturas!

Paz na terra entre os homens,

O salvador chegou”

Era a promessa cumprida

Eram as Boas Novas esperadas

Nasceu o Redentor.

A notícia se espalhou.

E o mundo todo se alegrou

Naquele primeiro natal

“Porque a luz tornou-se intensa

E o povo que andava em trevas

Viu uma grande luz

E os que viviam na região da sombra da morte

Resplandeceu-lhes a luz

Tens multiplicado este povo

A alegria lhe aumentaste

Alegrem-se diante de Ti

Porque quebrastes o jugo

Que passava sobre eles

E a vara que feria os seus ombros.

E o seu nome será

Maravilhoso

Deus forte

Pai da eternidade,

Príncipe da paz.

Para que se aumente o teu governo

Para estabelecer e o firmar

Mediante o juízo e a justiça

Desde agora e para sempre”

01.12.1998

Publicada no livro MINHA VIDA EM TUAS MÃOS

de Valdinete Afra Bulhões